Representantes da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco)
estiveram em intensa agenda em Brasília (DF) para tratar de temas relacionados
ao mercado e à sanidade. O presidente da entidade, Edemundo Gressler,
juntamente com a superintendente do Registro Genealógico da associação, Magali
Moura, e o superintendente suplente,
Sérgio Muñoz, realizaram
encontros no Ministério da Agricultura para debater assuntos de interesse do
criador.
Nas divisões de registro genealógico e de material genético animal, a
Arco apresentou as demandas do setor nestas áreas. Entre os temas principais
está a questão da utilização de métodos reprodutivos no sentido da melhor forma
de adequação do registro, dentro das atividades do criador. Outro assunto foi a
questão da importação de material genético em relação ao seu mérito. “Em
algumas raças havia a exigência de índices de mérito genético para a
importação. Demandamos ao ministério que os produtores ao dar a entrada de
material genético, além de extremamente importante, salientamos que o produtor
sempre busca genética superior”, observa Gressler, acrescentando que o pedido
foi de liberação dos índices, que algumas vezes o nível de exigência é maior
até mesmo que o próprio país de origem.
Outro ponto observado pelo dirigente foi a autorização, via sistema de
registro, da utilização de chips para fins de identificação dos animais. Ele
aponta a dificuldade, em algumas raças, onde a tatuagem do animal fica com a
visibilidade bastante comprometida e que se buscará no mercado empresas
fornecedoras de algo específico para utilização em ovinos.
Sobre este tema, a superintendente do Registro Genealógico complementa
que também foi tratada a questão da
utilização de marcadores genéticos. “No Brasil só existem laboratórios para
bovinos e não temos em ovinos. Então encontramos dificuldades para fazer este
tipo de análise em ovinos por não termos, ainda, essa tecnologia disponível”,
informa Magali.
Já na coordenação geral de insumos pecuários, um dos debates foi o tema
dos produtos veterinários utilizados para a ovinocultura. Conforme Gressler
existe um número significativo de vermífugos utilizados e medicamentos que são
para os bovinos e não tem na bula a utilização para ovinos, mas que podem ser
utilizados para os ovinos. Além disso, também se discutiu a produção de vacina
da ectima contagiosa. “No país não temos nas lojas a vacina com indicação para
ovinos, e a maioria dos produtores faz a vacinação dos cordeiros. Nesse
sentido, buscamos ver a demanda junto aos laboratórios para autorização da
viabilidade e indicação de produtos e vacinas para ovinos”, relata.
Foi tratado também a questão da ampliação do número de laboratórios
para fazer o exame de DNA através do pelo – que já é feito -, mas tem a demanda
para se realizar através do sêmen, e ainda não há laboratório credenciado para
fazer. Alguns estão aguardando a homologação por parte do MAPA.
Na coordenação de trânsito nacional e internacional, coordenação de
prevenção e vigilância de doenças em animais, com a participação também de
técnicos da Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul, ocorreu uma mesa
redonda sobre sanidade ovina, principalmente a questão do Scrapie, uma doença que impede o trânsito
internacional, tanto para a importação mas principalmente por exportação.
Foto: Divulgação
Texto: Nestor Tipa Júnior/AgroEffective