02. Ideal


Origem

O Ideal é originário da Austrália, onde é também conhecido pelo nome de Polwarth.
Desde algum tempo já eram conhecidos e muito apreciados os cruzamentos alternativos entre Merinos, Lincoln e Leicester, com a finalidade de obterem um ovino que mantivesse sempre 3/4 de sangue Merino e com aptidões desejadas. Um grupo de ovinocultores australianos decidiu fixar pela seleção e consanguinidade o tipo desejado utilizando o seguinte cruzamento entre Merino e Lincoln, ambos puros de pedigree:

GERAÇÕES
SISTEMA DE ACASALAMENTO
CRIAS RESULTANTES
F 1
Carneiros Merino X Ovelha Lincoln
Meio sangue
F 2
Carneiro Merino X Fêmea 1/2 sangue
3/4 sangue Merino
F 3
Carneiro 3/4 sangue X Fêmea 3/4 sangue
1ª geração Ideal
Aceitáveis no registro de rebanhos da "Polwarth (Ideal) Associação"
F 4
Acasalamentos consanguíneos
2ª geração Ideal
F 5
Acasalamentos consanguíneos
3ª geração Ideal
Admissíveis para competirem em Exposições da raça Ideal
F 6
Acasalamentos consanguíneos
4ª geração Ideal
F 7
Acasalamentos consanguíneos
5ª geração Ideal
Aceitáveis nos Livros Genealógicos dos plantéis da "Polwarth (Ideal) Associação"


É considerada como data de formação da raça Ideal o ano de 1880.

Aspecto Geral

O Ideal é uma raça orientada mais no sentido da produção de lã, portanto, com mais ênfase para os caracteres laneiros; é uma raça de duplo propósito, de lã fina, sem especificações de porcentagens. É um ovino de porte médio, bem constituído, denotando vivacidade e vigor, ostentando um velo volumoso, apresentando conformação bem equilibrada e denotando bem suas aptidões de rusticidade e produção de lã fina.



Cabeça

De tamanho mediano um pouco alongada, sem ser estreita nem pontiaguda é um pouco erguida, dando ao animal um aspecto vigoroso. Não possui chifres, tanto o macho quanto a fêmea, porém são admissíveis (mas não desejáveis) pequenos botões desde que não sejam fixos no osso.

Deve ser coberta de lã de boa qualidade até a linha média dos olhos, formando um abundante topete, mas que de maneira alguma prejudique a visão, a cara é completamente desprovida de lã, coberta de pelos brancos suaves e brilhosos, devendo ainda ser larga e de bom comprimento.

O focinho, ou morro, deve ser largo com narinas amplas de cor rosada, igual aos lábios, tolerando-se somente pequenas e poucas manchas pretas ou marrons devendo ter orelhas implantadas horizontalmente, com leve inclinação para trás, guardando boa distância entre si (com isso dando lugar a uma nuca ampla) e devendo ainda serem de tamanho médio e cobertas de pelos brancos, finos e suaves ou de lã curta tolerando-se apenas pequenas e escassas manchas pretas ou marrons.

É preferível que as pálpebras e adjacências estejam livres de pigmento escuros e ainda que qualquer parte da cabeça que não for coberta de lã, com exceção das narinas, lábios e pálpebras, deverá ser revestida de pelos brancos, finos, suaves e sedosos.



Pescoço

De comprimento proporcional ao animal, musculoso e de acordo com o aspecto vigoroso da raça, bem unido a cabeça e ao tronco, deve estar coberto de pele lisa ou com pequenas rugas, mas livre de colares, entretanto, pode apresentar uma prega longitudinal no bordo inferior, desde a garganta até o peito.


Peito

Largo proeminente e de boa profundidade e a pele que o cobre deverá ser um pouco "solta", mas preferencialmente sem pregas, tolerando-se um avental discreto.


Paletas

Paletas em linha com o costilhar e unidas em uma cruz de boa amplitude, tendo harmonia com o peito, pescoço e aprumos dianteiros. Tem musculatura muito boa para um animal laneiro.



Tronco

O Ideal tem como objetivo principal a produção de lã fina de grande qualidade, entretanto não pode ser descuidada a sua aptidão carniceira, portanto, deve ter um tronco comprido, largo e profundo, com costelas arqueadas e. não deverá ter reentrância entre paletas e costilhares.

O dorso, lombo e garupa devem formar uma linha em um mesmo nível e desvios da coluna, dando origem a animais com lordose, cifose ou escoliose são considerados defeitos graves.


Garupa

Deve ser ampla, bem proporcional ao tronco e observando-se o animal de perfil, continuará harmonicamente a linha do lombo descendo suavemente até o nascimento da cola, já olhando-se de cima seguirá as linhas laterais do tronco, sem estreitamentos bruscos.


Quartos

Bem conformados, musculosos e evidenciando um entreperna profundo.


Membros

Com bom comprimento (mas nunca em excesso), ossos fortes (mas não muito grossos) devem ter bons aprumos, de tal maneira que os anteriores correspondam a largura do peito e os posteriores harmonizem-se com a amplitude da garupa e com a abertura e profundidade do entrepernas.

O garreio é de boa qualidade (embora não seja muito volumoso) e os cascos são brancos, tolerando-se umas poucas estrias escuras.



Velo

Volumoso, denso, extenso, com um exterior parelho, muito uniforme quanto a finura, bom caráter e comprimento de mechas.

Nos carneiros de plantel atinge 8 a 10 kg (sendo comum pesos bem superiores em animais de galpão) e nas fêmeas de plantel quando bem alimentadas produzem velos de 5 kg (sendo que já se constatou velos com 9 a 10 kg em borregas de cabanha).

Nas fêmeas de rebanho geral a média de produção é de 3,5 kg, entretanto existem rebanhos de alta seleção e bem manejados em que são atingidas média de 4,5 kg.


O diâmetro médio das fibras de lã dos ovinos desta raça varia de 19 a 26 micrômetros, o que de acordo com a Norma Brasileira de Classificação de Lã Suja corresponde às finuras Amerinada, Prima A e Prima B e na escala de Bradford corresponde de 62´s a 58´s.

De acordo com o Padrão da Raça as finuras do Ideal são PRIMA A e PRIMA B, tolerando-se a finura Amerinada para fêmeas e o comprimento da mecha (com um ano de crescimento) é de 12 a 13 cm, não sendo aceito nunca menos de 10 cm. É uma lã de grande suavidade ao tato, devem ser de cor branca, com suarda translúcida e fluídica e bem distribuída, tendo rendimento ao lavado superior a 73% e ainda apresenta muito bom carácter, com cerca de 10 a 15 ondulações para 25 milímetros de comprimento de mecha.


Aptidões

- Raça rústica, prolífera e sóbria.

- Produz bem no sistema extensivo.

- Lã de grande qualidade e valor industrial.

- Em boas condições de alimentação produz um bom cordeiro para abate.


Defeitos

- Constituição débil.

- Porte muito reduzido.

- Desvios acentuados da coluna dorso lombar.

- Malformações bucais.

- Mechas de lã muito curtas.

- Falta de densidade de cobertura da lã no dorso, lombo e barriga.

- Presença notável de pelos ou de lã muito meduladas em qualquer região do velo.

- Acentuada desuniformidade de finura da lã entre diferentes regiões de velo.

- Garreios impuros.

- Finuras muito afastadas das preconizadas no padrão da Raça.

- Suarda muito amarelada, granulosa e mal distribuída.

- Velos que até a “meia lã” aparecem cobertos por uma camada de pelos de maior diâmetro que as fibras de lã e que as ultrapassam dando a impressão de velos peludos.

- Cascos pretos.

- Chifres ou troncos grandes e fixos.

- Qualquer mancha preta, marrom, ou mesmo de outra cor em qualquer parte do velo.

- Mucosas, pele entre as narinas, lábios ou conjuntivas negras ou muito marrons

- Pelos grosseiros, gessados em lugar de pelos brancos, finos, suaves e brilhantes.

- Defeitos de aprumos.



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